Segundo em três meses. Protesto da CGTP já está em marcha na capital

Sob o lema "Todos a Lisboa", a CGTP marcou para o início da tarde uma marcha contra a revisão das normas laborais que já está na rua para contestar o projeto do Governo.

RTP com Lusa /
Foto: Carla Quirino - RTP

Trabalhadores de norte a sul do país manifestam-se esta tarde em Lisboa, numa ação convocada pela CGTP, para "dar um sinal ao Governo" para que desista do anteprojeto de revisão laboral.

Sob o lema "Todos a Lisboa", a manifestação convocada pela central sindical liderada por Tiago Oliveira, deve arrancar às 14:30 com duas pré-concentrações na capital: os trabalhadores do setor público vão juntar-se nas Amoreiras e os do setor privado no Saldanha, confluindo depois no Marquês de Pombal e terminando nos Restauradores.

Do Porto vão partir três comboios "especiais", com mais de 2500 pessoas.

Em declarações à Lusa, o secretário-geral da CGTP disse esperar que a manifestação seja "um grande momento de denúncia" e de "afirmação" da luta dos trabalhadores contra o anteprojeto de revisão laboral do Governo, que está a ser discutido em sede de Concertação Social.

"É preciso neste momento dar um sinal ao Governo de que tem que recuar na construção do pacote laboral", afirmou Tiago Oliveira, considerando que o anteprojeto "é profundamente negativo para o mundo do trabalho".

Lembrando ainda as manifestações em Lisboa e no Porto de 21 de setembro e a greve da Administração Pública de 24 de outubro, o secretário-geral da CGTP reiterou que o objetivo é "trazer os trabalhadores para Lisboa" para que o "Governo possa olhar para aquilo que é a verdadeira dimensão da indignação da maioria dos portugueses" e retire o pacote da discussão.

Para assegurar a participação daqueles que trabalham ao fim de semana foram emitidos vários pré-avisos de greve, nomeadamente nos setores do "comércio, setor de serviços, restauração, hotelaria" e "algumas indústrias", adiantou.

A CGTP tem vindo a insistir que o anteprojeto do Governo representa "um verdadeiro retrocesso" nos direitos dos trabalhadores e aponta a inconstitucionalidade de algumas propostas.

O anteprojeto do Governo para revisão da legislação laboral, que está a ser debatido com os parceiros sociais, prevê a revisão de "mais de uma centena" de artigos do Código de Trabalho.

As alterações previstas na proposta - designada "Trabalho XXI" e que o Governo apresentou em 24 de julho como uma revisão "profunda" da legislação laboral - visam desde a área da parentalidade (com alterações nas licenças parentais, amamentação e luto gestacional) ao trabalho flexível, formação nas empresas ou período experimental dos contratos de trabalho, prevendo ainda um alargamento dos setores que passam a estar abrangidos por serviços mínimos em caso de greve.

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